Wednesday, March 31, 2010

NUNCA


Nunca vou te lembrar...
quando nossas flores olhar;
quando o céu em sol resplandecer...
Nunca vou te lembrar …
vendo o mar, parceiro de brincar,
e o pontilhado do escurecer.
Nunca vou te lembrar...
vivendo o desabrochar
do que de melhor tem em mim.
Nunca vou te lembrar...
sob luares a escancarar
palavras manchadas de saudade sem fim....
Nunca vou te lembrar...
sob a chuva a cair... a entristecer...
Nunca vou te lembrar....
por que jamais vou te esquecer!

Monday, March 29, 2010

MÁSCARAS


Se todas as máscaras caídas
revelassem o âmago do ser...
e não apenas as restituídas,
mal pintadas, máscaras de se esconder!
Se todas as máscaras caídas
deixassem, assim, dar vazão
a mais intensa verdade
que sustenta o coração...
A luz brotaria à vontade,
e expandiria, tão solta,
que quem a esconde tão bem,
por sob a água revolta,
veria que amor faz parte, também,
de tudo que faz e que sente...
e embora, talvez, envolto em saudade
e em mágoa contundente...
você pintou a primeira máscara,
em seu rosto de inocente mocidade!

CORDÉIS


Tudo aquilo que sou...
todos os meus sentimentos...
tudo que meu ser sonhou...
todos os meus momentos...
Balançam ao vento da vida;
balançam no coração;
balançam...assim, sem saída...
ao mover da minha mão!

Sunday, March 28, 2010

UMA LUZ


Em meio a tempestades,
sem ver sequer uma sombra;
buscando aquelas verdades
que nem sempre se vislumbra...
mesmo em meio a esse caos,
há sempre um porto para chegar...
e, vinda do teu olhar,
uma luz a iluminar!

ENLEVO


Palavra ditas... escritas...
soando em tons variados,
traduzindo coisas sentidas...
amores tão bem guardados;
vibrando em amor intenso
num coração de poeta...
batendo no mesmo pulsar
que o sentir impetra!
E as luzes assim esculpidas
em frases móveis, dinâmicas,
ecoam num som eterno
numa alma que, envolvida,
viaja no amor sincero!

Monday, March 15, 2010

ME AFOGUEI EM VOCÊ

Uma chegada rara,
numa tarde de um dia qualquer,
desses em que se separa
as folhas de um bem-me-quer...
no meio do meu viver,
com olhos além do mar,
como uma terna luz a envolver...
Eu, que não queria amar,
me afoguei em você!
E no azul de um céu qualquer,
trazido no sopro do vento,
no doce veneno do mel
de seu claro olhar sedento...
Eu, que não sabia nadar,
me afoguei em você!

LAMENTO DA TERRA

Me fiz terra ao longo do caminho
e em flores me tornei, então;
mas a falta do humano carinho
para tratares esse generoso chão,
me fez espinhos a sufocar
a cada dor vinda da tua mão...
E as brechas, rasgadas, dilaceradas...
destroem a pele em que te permiti viver!
São marcas duras... desesperadas...
deste planeta, que não queres ver...
e do deserto que fizestes em mim,
num andar insano rumo ao desaparecer
que, como um cego, segues assim,
direto ao abismo do teu próprio ser!

Thursday, March 11, 2010

LUTAS E ROSAS


Como tantas e internas lutas
em que se perde a via da razão,
em que a emoção salta em abruptas
e incoerentes formas de vazão;
então, surge entre lâminas,
frias, rígidas, cortantes...
da precisa espada da verdade,
em palavras puras e cristalinas,
que em sons claros e vibrantes,
declara com tão terna suavidade
esse amor tão grande e contundente
que, como as rosas, em sua eternidade,
ilumina o olhar, candidamente!

Tuesday, March 2, 2010

AMIGO

És a mão que se estende
quando preciso de esteio;
a alma que compreende
todo meu pequeno enleio;
És com quem eu conto
para rir e para chorar
pois sempre estás pronto
para um amigo acarinhar.
Somos amigos eternos,
nascidos para se amar;
espíritos sempre fraternos,
amor de anjos a cantar!

ATITUDES

Atitudes penduradas
de tudo aquilo que somos;
fantasmas costuradas
nas vestes de nossos sonhos;
criamos através das vidas
um existir sem nexo...
um tartamudear dos sentidos
que em emoções, num reflexo,
saem da sua clausura
e, livres, se tornam reais...
e brincam na lembrança pura
que sobreviveu aos vendavais!

Monday, March 1, 2010

SEMEAR

Em cada recanto da vida,
entre os erros que acertei...
nasceram de pedras feridas
as flores com que sonhei.
Lágrimas me fizeram sorrir
e o sorriso muitas vezes morreu...
e na estrada árida a vir,
o amor semeado sobreviveu!
Olhando aquela estrada,
tão dura no percorrer,
feita hoje em ternas flores,
sei que valeu a pena viver!