Silêncio que jorra no ar,
perene, seleto, sem par...
inebriando todo olhar
que o ouse desafiar.
Silêncio...
de que é feito nosso amor,
sujeito sem verbo
conjugando o presente de dor!
Silêncio...
que sólido e feroz,
é mais revolto que o mar...
mais duro que um algoz,
e teima em nos afastar!
Silêncio jamais rompido,
mesmo em meio a tanto zoar...
contínuo, pesado, sofrido,
eterno no seu ficar!
Silêncio que fecha sua boca,
devia esse seu olhar...
que me bate, agride, sufoca,
e me impede de lhe amar!
Silêncio feito de terra...
fogo sem apagar;
Silêncio,eterna espera de algo,
um cheiro, um céu... um mar!
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