Este artigo tem finalidade meramente esclarecedora e nunca de crítica ou juízo a respeito da conduta ou escolhas de quem quer que seja nem insinuarmos que o consumo de carne é o único e nem o principal causador dos problemas ambientais que temos causado ao planeta, mas certamente é um dos principais. Pretendemos, simplesmente, relatar um fato e suas consequências claras e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação em geral e deixar claro que a decisão de incluir ou não carne em nosso cardápio é individual e está ao nosso alcance.
O consumo de carne é responsável pela manutenção de um imenso estoque vivo que inclui aves, peixes e mamíferos de dezenas de espécies e isso acarreta além de uma grande demanda de terra, água, comida, uma emissão de energia fóssil e um também grande despejo de dejetos que, direta e indiretamente poluem o solo, o ar e a água.
Estudos científicos, dados oficiais e cálculos oficiais comprovam que o custo de 1kg de carne bovina no Brasil implica em:
- 10 mil metros quadrados de floresta desmatada;
- consumo de 15 mil litros de água doce limpa;
- emissão de dióxido de carbono diretamente na atmosfera (proveniente das queimadas para
a formação dos pastos);
- emissão de metano na atmosfera (vindo do sistema digestivo dos animais);
- descarte de sangue, urina, gordura, vísceras, fezes, ossos e outros que, de uma forma ou
outra, chegam aos rios e oceanos e contaminam o solo e os lençóis freáticos ( uma
fazenda com 5 mil bovinos produz 40 kg de esterco/dia);
- despejo de fármacos no meio ambiente através da urina e fezes e o descarte de restos;
- liberação de óxido nitroso – emitido pela volatização dos arrotos e gases intestinais e 300
vezes mais prejudicial que o CO2;
Segundo o Instituto CEPA, no Brasil, num período de quatro a cinco anos, um boi produz, em média, 210 kg de carne e utiliza de um a quatro hectares de terra – nesse mesmo período de tempo, na mesma quantidade de terra, se produz, em média: 8 toneladas de feijão; 23 toneladas de trigo; 35 toneladas de cenoura; 19 toneladas de arroz; 32 toneladas de soja; 44 toneladas de batata; 22 toneladas de maçã; 34 toneladas de milho; 56 toneladas de tomate.
A remoção da cobertura vegetal para a pastagem interrompe o equilíbrio do ciclo natural de nutrientes como o folhiço, que desaparece com o solo exposto a intempéries e erosões.
Os efluentes dos rebanhos mundiais (bovinos, ovinos, suínos, caprinos etc) emitem 64% da amônia lançada na atmosfera e responsável pelas chuvas ácidas.
Sem falarmos do impacto ecológico da pesca – as redes capturam e matam outras espécies que se prendem a elas; aproximadamente mil mamíferos marinhos são capturados e mortos ¨sem querer¨ diariamente; na Ásia são mortos anualmente cem milhões de tubarões dos quais só se retiram as barbatanas por serem afrodisíacas; e cada dia se encontra no mercado peixes menores e que ainda não atingiram a idade adulta.
Resultado da conta? Metade da agricultura mundial voltada para a produção de ração animal e a carne dos animais abatidos é acessível a menos de 15% dos seres humanos, a maior parte da população global pratica um semi-vegetarianismo compulsório pois para todos terem acesso a carne precisamos alimentar uma população de 6,5 milhões de carnívoros seriam necessários 2 planetas como a Terra só para as pastagens e a produção de grãos para a ração.
Não queremos dizer que o vegetarianismo possa assegurar o fim da fome mundial, pois isto depende também de questões políticas e econômicas, da conveniência da distribuição de recursos, dos interesses de grandes empresas e das aspirações governamentais, mas a contribuição deste é inegável se quisermos implementar um sistema produtivo sustentável, com a otimização do uso da terra para a satisfação do maior número possível de pessoas.
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