Saturday, January 10, 2009

Reflexão 32 – Todo mundo precisa de colo

Toda criatura tem um momento em sua existência em que precisa de colo, de afago, de carinho...faz parte da consciência de nos percebermos vivos e é tão importante para o comportamento como o alimento para o físico.

Segundo Spitz, que estudou o comportamento de crianças que não receberam nenhuma interação com os adultos e começaram apresentar indiferença pelos adultos, reflexos diminuídos e retardo de linguagem e da exploração do mundo. Se fossem frustrados não esboçavam nenhuma reação, aceitavam a situação... isso revela um quadro psicótico de uma doença chamada marasmo.

Os torturadores mais evoluídos sabem que a forma mais rápida de fazer alguém confessar é isola-lo, pois um local fechado, sem contato humano pode levar à loucura. As pessoas sem estímulos perdem a motivação para continuar crescendo e podem inconscientemente desenvolver patologias sérias como o câncer para obter atenção.

O ser humano não sobrevive à indiferença, todos necessitamos ser reconhecidos, identificados, cumprimentados e valorizados, tocados, acarinhados, beijados, olhados, percebidos. O leite materno é um toque de extremo carinho para uma criança...leite quentinho, estômago satisfeito, respiração da mãe, toque da pele...isso faz parte da saúde física e mental da criança1

São carícias...e em busca dessas carícias que nos tornamos o melhor aluno da classe ou o pior, depende do que chamará mais a atenção, a percepção dos outros...ou ser aquele que ganha sempre, ou perde sempre; trocar de companheiro o tempo todo ; ser inseguro; ser deprimido...tudo porque ficar sem atenção é parecido a morrer.

Precisamos reconhecer nossa verdade...o que estamos fazendo apenas para obter carícias? Precisamos uns dos outros, do afago, do toque, do abraço de um irmão, do aperto de mão de um amigo...e reconhecer isto é reconhecer que somos gente e encararmos nossas necessidades e sentir nossas emoções sem temê-las. É mais um passo em direção a nossa grande conquista...o nosso ser profundo que por mais que teimosamente procuremos em todos os lugares externos que imaginamos se encontra dentro de nós.

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